Madonna. Estádio
da Cidade de Coimbra. 40 mil pessoas. Os três grandes ingredientes do maior
espetáculo pop que passa este ano por terras Lusíadas. A exortação feita por
Madonna é notória. O seu apelo, iniciado logo no ato de contrição por si
proferido, choca os mais suscetíveis e impressiona os que se deslocaram à MDNA
Tour para porem de lado alguns dos estigmas e dogmas caducos da sua religião.
A paz e toda
uma linha de pensamento contra a descriminação é apresentada em temas como “Papa
don’t preach” e “Express Yourself”, este já com um toque mais irónico,
reiterando no final “She’s not me”. Nos seus interludes e backdrops viajamos
pela sua carreira e mais que isso pelo
mundo inóspito e boçal em que nos encontramos.
Numa, talvez a
melhor, versão acústica de “Like a Virgin” quebra qualquer puritanismo
existente. Sim, estamos perante a Rainha e esta tem algo a dizer, mostra
tatuado nas suas costas “No Fear”, mensagem que perpassa qualquer espetador.
Madonna com “Like
a Prayer” dá voz aqueles que nunca a tiveram, e veja-se, infelizmente, que nunca
a terão. É de notar o sumarento recheio do último álbum, MDNA, com temas como “I’m
a sinner” e “I’m addicted”, que fazem jus ao que nos apresenta desde os tempos
de “Vogue”, este com uma roupagem vintage a mostrar uma Madonna mais madura!
Exortação.
Mensagem. Choque. Realidade. São estes os verdadeiros constituintes do sangue
de Madonna. É isto que a move, faz ser única e “indestronável”. Bailarinos
incansáveis, indumentárias aprimoradas e uma rebeldia apurada pelo passar dos
anos, que agora, passada uma carreira de questionamento nos convida a pensar
sobre a condição humana. “Human Nature” e “Justify my love” mais momentos de
destaque inseridos num concerto todo ele de destaque. Encerra com "Celebration", o que de facto se celebra é a existência desta senhora!